segunda-feira, 11 de junho de 2012

Ah... esse é um dos poemas de minha autoria que farão parte da III Antologia Nacional, que compartilho com os todos participantes da RIFA POÉTICA:

Cerrado adentro

Vejo afora do mato ralo,
o mato seco, raso,
o mato turvo, curvado,
parecido morto, mato calado.
Se lá fora não havia o espaço desejado,
construído, moldado,
não importava se fora queimado
o mato seco, esturricado, dali preconceituado.
Motivado, pelo desenvolvimento empenhado,
me coloquei adentro
o machado empunhado
fogo marcado,
no meio, entre, dentro,
me meti,
cego humano ocupado
mas vi, aí, atento, atônito,
outro legado:
Cerrado aflorado,
o mato bravo,
a beleza escondida sem corcovado
beleza em curva ,  crua
mato matuto , , retorcido , não resignado.
Canto em concerto de Siriema Seriema
chuva de cheiro, cheiro de guará notado
Lobeira em beira de trilha, gosto de pequi , doce da gabiroba
Quaresmeira em punho cerrado, flor comunista,
foice resistente em colorido declarado.
Parte, como uma parte de Cerrado desfrutado, desbravado
uma mulher , um homem , humanos humanizados
em natureza plena, o meio vivo
o todo em Cerrado visto de dentro, adentro
Cerrado avivado.

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